Há alguns anos, uma grande indústria de alimentos foi pega de surpresa. Tudo parecia correr bem até que, de repente, um lote inteiro de seus produtos foi retirado do mercado. A notificação chegou como um choque: problemas na rotulagem, presença de materiais estranhos e um recall obrigatório. O prejuízo? Milhões de reais.
O impacto foi além do financeiro. A marca, antes respeitada, passou a enfrentar a desconfiança dos consumidores. A concorrência não perdeu tempo e ocupou o espaço deixado. No fim, não foi apenas uma multa – foi o começo de uma crise que a empresa nunca conseguiu reverter.
Nem preciso dizer qual foi a empresa, né! Porém sabe o que é mais frustrante? Isso poderia ter sido evitado. Bastava um olhar regulatório estratégico, que entendesse as regras e garantisse que a empresa estivesse sempre em conformidade.
Esse caso não é isolado. Entre 2018 e 2022, o Ministério da Agricultura (MAPA) aplicou mais de R$ 157 milhões em multas apenas para indústrias de produtos de origem animal e bebidas. Além disso, existem mais de R$ 4 milhões em penalidades que ainda estão em processo.
Essa quantia, distribuída ao longo de cinco anos, representa aproximadamente R$ 31.401.847,24 por ano, R$ 2.616.820,60 por mês, R$ 86.032,46 por dia, R$ 3.584,69 por hora, R$ 59,75 por minuto e R$ 1,00 por segundo.
Já a Anvisa, só em 2024, já emitiu 156 medidas preventivas no setor de alimentos, incluindo interdições, apreensões e proibição de venda de produtos, sendo 82 casos de recolhimento de produtos. E não pense que são apenas pequenos fabricantes sofrendo essas penalidades.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, no Despacho nº 11, de 17 de novembro de 2024, a Anvisa aplicou mais de R$ 1,6 milhão em multas para indústrias de alimentos em um único dia! O que mostra que, cada vez mais, a fiscalização está apertando o cerco contra irregularidades no setor.
Casos recentes que chamaram atenção:
- AMBEV multada em R$ 11 milhões pelo Procon de Minas Gerais por práticas de venda casada e falhas na rotulagem.
- Mondelez precisou fazer recall voluntário porque esqueceu informações obrigatórias na rotulagem, incluindo advertência de alergênicos.
- Carlos Cramer retirou produtos do mercado porque falhou no controle microbiológico, liberando produtos contaminados.
Esses são apenas alguns exemplos de um problema crescente. O setor de suplementos alimentares, por exemplo, está na mira das autoridades. Produtos com materiais estranhos, fórmulas irregulares, ingredientes não autorizados… A cada nova fiscalização, mais marcas são penalizadas.
A grande verdade é que as indústrias não querem ser multadas. Elas não querem recalls. Não querem ver seu nome destruído no mercado. Mas elas simplesmente não têm profissionais regulatórios qualificados para impedir que isso aconteça.
O resultado? Empresas sangrando dinheiro e profissionais não qualificados não sabem como transformar conhecimento técnico em uma carreira de alto impacto.
Se você trabalha (ou quer trabalhar) na área de alimentos, precisa entender uma coisa: as empresas precisam de profissionais em Assuntos Regulatórios. Elas não podem operar sem um especialista que garanta que tudo esteja dentro das normas. Quem decide se um produto vai ou não para o mercado é o setor regulatório. É esta área que está sentada com a alta direção para analisar todos os riscos!
Esse não é mais um setor técnico escondido dentro da indústria. Regulatório virou um pilar estratégico. E a demanda por profissionais nunca foi tão alta.
Eu venho falando sobre a importância da área regulatória há anos. E a cada dia vejo que só cresce a necessidade de um profissional mais amplo, com visão estratégica e habilidades técnicas. Desde 2016, venho formando profissionais para o setor! Comecei com o curso de Formação em Assuntos Regulatórios, que revolucionou o mercado de alimentos e impactou muitos profissionais. E em 2024, lancei o primeiro e único MBA em Assuntos Regulatórios de Alimentos e Bebidas do Brasil.
Tudo isso porque a indústria nunca esteve tão fragilizada com a ausência de profissionais que de fato entendam o setor! Você não é apenas um analista técnico, um fiscal interno ou alguém que revisa documentos. Você é o profissional que pode impedir que uma empresa perca milhões em multas, recalls e processos.
Mas para isso, é preciso ir além do básico. As vagas mais disputadas não são para quem apenas “entende de legislação” – são para quem sabe usar esse conhecimento para evitar crises e gerar valor real para a empresa.
E é exatamente aí que está a grande virada: quem domina Assuntos Regulatórios não apenas protege as empresas, mas também se torna indispensável para o crescimento delas. Cada nova exigência, cada atualização normativa e cada fiscalização são oportunidades para quem sabe transformar conhecimento técnico em estratégia.
No fim das contas, não se trata apenas de seguir regras, mas de garantir que a indústria continue operando com segurança, credibilidade e competitividade. E quem entende isso não só evita problemas – cria oportunidades, constrói autoridade e se posiciona como peça-chave no mercado.